Poesia “A Ilha”
Depois de muito vagar por aí
Perdida em mim e de mim
Desembarquei na ilha da solidão
Aqui o silêncio impera
Não há vivalma
E no entanto há alma em tudo
Deparei-me comigo mesma
Quase não me reconheci
No início tratei-me feito uma estranha
Quando vi que não havia para onde correr
Onde me esconder
Ou de que me esconder
Encarei-me desnuda
Não de roupas
Mas dos ornamentos que escondiam a minha alma
Vi-me inteira, cada detalhe que compunha o meu ser
E senti todos os sentimentos e sensações possíveis
Por fim, entreguei-me
Rendi-me a mim mesma
A quem de fato pertencia
Foi um misto de derrota e vitória
O sabor só eu sei
A dor foi imensa e o alívio foi ainda maior
Só então me dei conta
A ilha não se chamava solidão
A ilha se chamava solitude
Onde impera a plenitude.